Uma Questão de Temática

Hoje estava eu em horrível, lancinante e profícua batalha com a desorganização do meu quarto quando comecei a pensar num dos maiores flagelos da humanidade, causador de celeuma, embora não tão falado como a fome em África: o desaparecimento de meias.

Situação: cai a noite numa qualquer cidade de um qualquer país (às vezes também cai a noite numa aldeia). Encontramo-nos no Inverno pelo que faz frio. Um cidadão dessa qualquer cidade (por vezes um aldeão) calça as suas quentes meias. Vai-se deitar com elas... enquanto não adormece, e embrulhado entre lençóis, cobertores e derivados (em casos de aldeões, leia-se mantas, fardos de palha e utensílios agrícolas) deixa de sentir tanto frio e acaba por tirar as meias.

Consequência: as meias desaparecem misteriosamente.

E agora eu pergunto: a quem é que isto nunca sucedeu? não é um mito urbano, é verdade! Qualquer pessoa com calor durante uma noite, retira as meias, mesmo que involuntariamente, e no dia seguinte pela manhã quando as procura, elas já não estão lá! A meia é um objecto digno, não merece que seja esquecida... eventualmente é uma peça de roupa noctívaga que aproveita a calada da noite para fugir da cama e esconder-se em qualquer sitio. Mas não merece ser esquecida. A Humanidade terá que aprender a viver com este flagelo e a não colocar a cabeça debaixo da areia. O desaparecimento de meias existe! Vamos acabar com ele!!


Nota do Autor: É possível que o estimado leitor se tenha interrogado sobre qual o motivo pelo uso da palavra profícua na descrição de uma batalho dentro dum quarto com uma cama. Sim, não tem lógica. Mas é uma palavra cara e eu queria usá-la. Assim como celeuma.